2. O renascimento Português

Contexto histórico

Esse renascimento correspondeu ao período de apogeu da Nação, onde a semelhança do Império inglês correspondente ao século XIX incluía a do Oriente, ou seja, Índia e China, até o Ocidente, ou seja, Brasil, marcando junto a Camões a completa maturação da língua portuguesa. 

No reinado de D.Manuel, Portugal achou graça de momentânea, com intensa alegria por causa de grandes cometimentos, como:

• Descoberta do caminho marítimo para as Índias, empreendida por Vasco da Gama, no ano de 1498;
• Descobrimento do Brasil, no ano de 1500;
• Viagem de Circunavegação, feita por Fernão Magalhães;
• Conquista de Goa e de regiões da África, entre os anos de 1507 e 1513.
 


Mosteiro dos Jerônimos, construído para celebrar a viagem de Vasco da Gama. Foi construída em 1502.

A escola clássica Renascentista Portuguesa (1527-1580) – A medida Nova.

Os autores da Antiguidade Clássica só começaram a ser reconhecidos em Portugal no fim da Idade Média e só se pode falar de um estilo renascentista a partir de 1527, ano em que o poeta Sá de Miranda regressou da Itália com a Literatura Renascença italiana (1520 e 1527). Então em Portugal são divulgadas as modalidades poéticas clássicas, então esses procedimentos artísticos foram em território luso, chamado de medida nova. 

A medida nova utiliza de versos decassílabos, que substituiu os redondinhos que era chamado de medida velha. Adotaram a medida de formas fixas, inspirados em modelos italianos, gregos, latinos entre outros. Já o da poesia Lírica, foi de inspiração clássica, muitos deles foram usados na poesia luso-brasileira.

Soneto
É uma composição de forma fixa contendo 14 versos, em 4 estrofes, sendo eles 2 quartetos e 2 tercetos. O soneto petrarquiano é composto por decassílabos com rimas em ABBA, ABBA, CDE, CDE ou os tercetos CDC, DCD.

Terceto
São estrofes com três versos, com rima entrecruzada. ABA, ACB, CDC, DED, EFE e etc. A partir da Divina Comédia, obra de Dante Alighieri começou a consolidar-se na Itália como a Terza rima que foi escrita toda em tercetos de cada série que acompanha um verso que acaba rimando com o intermediário da estrofe precedente.

Sextina
É composta por 6 estrofes de 6 versos, foi praticada por Sá de Miranda e Camões em Portugal, que permaneceu em circulação até o século XVIII. O arcadismo foi perdendo a rigidez formal até se confundir com a sextilha.

Oitava
Pode também ser chamada de oitava real, oitava-rima ou oitava – heróica, que mostra o poema com 8 versos decassílabos, que segue um único esquema de rimas (ABABABCC).
Já no renascimento italiano ganhou uma estrutura bastante conhecida em Os Lusíadas, de Camões que é um poema composto em 1.102 oitavas que foi bastante conhecida até o Romantismo.

Ode
Era um poema destinado ao canto heróico e expressivo, que presta tanto à glorificação de feitos épicos, como também a expressão íntima ou pessoal.

Elegia
A elegia é preservada desde a Antiguidade, dentro das suas origens, ela se associava com o canto triste em homenagem aos mortos. Atualmente ela desenvolve a composição lírica, apresentando uma forma variável, tendo versos sobre sentimento, dolorosos, despertados pela ausência, perda ou morte. Esta sempre associada à idéia de pranto e lamentação, e ao amor não correspondido, ou seja, distante.

Canção
A canção mostra a composição poética que é destinada ao canto. Dentro da modalidade que Camões, Dante e Petrarca a praticam, existem uma série de estrofes com um número regular de versos, sendo assim, portanto arrematada por uma estrofe menor, que resume o sentido das estrofes anteriores.

Écloga ou Égloga
São compostas de um tema campestre e pastoril, na forma de diálogo. Sannazzaro e Dante, no Renascimento, Virgílio entre os amigos, foram considerados os principais modelos das éclogas de Camões, como a “de Almeno e Agrário, e a “dos Faunos”, sendo a melhor expressão que uma filosofia pan-erótica pode ter, onde o amor é considerado um sentimento eterno que renova e mantém a natureza.

Epistola
A epistola é considerada uma composição poética, que foi direcionada para um amigo ou artista, feita com uma linguagem do dia a dia, se referindo à diversos assuntos morais, políticos, literários, sentimentais, amorosos, entre outros.
Ela possui um sentido meio vulgar da denominação bíblica, que se dá a todos os escritos dos apóstolos de um grupo social, como por exemplo, a Epístola aos Coríntios, de São Paulo.

Epigrama
Expressa um pensamento principal, com muita precisão, agudeza, engenhosidade. Esse pensamento geralmente é de teor festivo, picante ou até mesmo satírico, é uma composição poética breve.

Epitalâmio
São cantos em louvou que atrai núpcias, ele é mais conhecido entre os gregos e romanos, ele exemplifica o lirismo da circunstância, sendo assim limitado pelo desejo de agradar. Na língua portuguesa, foi preservado por Antônio Ferreira e Sá de Miranda, no Arcadismo, por Claudio Manuel da Costa e Basílio da Gama e no Classicismo, por Cruz e Silva. 

Vejamos agora uma tabela com os autores clássicos:

Bernardim Ribeiro

Cristóvão Falcão

Sá de Miranda

Antônio Ferreira

João Barros, Fernão Lopes de Castanheda, Diogo de Couto, Fernão Mendes Pinto

Autor de composições na medida velha, compostas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende Autor de uma novela sentimental, que foi chamada de Crisfal, que teve sua autoria contestada. Foi divulgador e introdutor da medida nova em Portugal, Sá de Miranda, é o autor de Basto; Os Estrangeiros e Vilhalpandos, Alexo; canções; sonetos e tercetos. Foi o discípulo de Sá de Miranda, foi também o teórico da Medida Nova, grande humanista, onde foi o defensor da língua portuguesa, algumas de suas obras são: Brito e Cioso; A Castro; Poemas Lusitanos. Representantes da prosa quinhentista em todas as encostas que mais representam, onde foi projetada a novelística de inspiração medieval; a literatura de viagens e a prosa historiográfica.