2. Realeza 

A versão lendária da fundação de Roma foi-nos legada por Virgílio, na célebre Eneida. Segundo o autor, Roma teria sido obra dos irmãos Rômulo e Remo, que a criaram em 753 a.C. Mas há a versão histórica, segundo a qual Roma teria sido fundada pelos latinos e sabinos por volta de 1000 a.C., nas proximidades do rio Tibre. 

Seguindo os passos da tradição, Roma teve sete reis: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo. 

Roma era governada por reis escolhidos pela Assembléia Curial e cujo poder era limitado pelo Senado. A Assembléia Curial era formada por cidadãos em idade militar que, além de escolher os reis, elaboravam e votavam as leis. O Senado ou Conselho de Anciãos era um órgão consultivo, que possuía o direito de aprovar ou vetar as leis elaboradas pelo rei. 

Na sociedade, havia uma divisão social composta da seguinte maneira: 

patrícios – Eram os membros da aristocracia rural, com direitos políticos garantidos. 

plebeus – Constituíam a maioria da população; eram livres, porém sem direitos políticos. 

clientes – Geralmente estrangeiros com direitos econômicos e protegidos politicamente pelos patrícios. 

escravos – Eram em número reduzido e trabalhavam ao lado dos proprietários (escravidão patriarcal ou doméstica). 

A economia romana era agropastoril. A indústria doméstica (como a de armas e utensílios) bastava para as necessidades mais imediatas, e toda a sua produção voltava-se para o consumo interno (subsistência). 

Em 509 a.C., uma revolta patrícia, apoiada pelos plebeus, depôs o rei etrusco de Roma (Tarquínio, o Soberbo), no momento em que ocorria uma insurreição geral das cidades do Lácio contra a dominação etrusca.