A solução de comportas mostrou-se a mais acertada. Um dique em Gatun criou um lago artificial cujas águas enchem as eclusas. As eclusas de Gatun elevam os navios a 26 metros até ao lago artificial. Como são duplas permitem a subida e descida simultânea de navios. Ao fim de 8/9 horas os navios atingem o oceano Pacífico depois de terem descido 9,5 m na eclusa de Pedro Miguel e 16,5 na de Miraflores. Todas as eclusas têm 305 metros de comprimento por 33 metros de largo e nestas os barcos são puxados por pequenos comboios chamados de "mulas". 

Em Agosto de 1914 terminaram as obras e o cargueiro SS Ancon foi oficialmente o primeiro navio a passar o canal.

Período Pós-Construção:

A importância deste canal, é de vital importância para o comércio mundial, justifica a presença de um forte continente militar norte-americano numa base sediada no Panamá. 

Desde então se inicia o comércio marítimo na região do canal, intensificando os laços entre os Estados Unidos e o Panamá, que conviveram pacificamente até a década de 50, com a administração militar norte-americana na Zona do Canal. 

No entanto, a partir dos anos 60, os nacionalistas panamenhos começaram a ver no canal e nas altas grades eletrificadas que o envolviam, um símbolo do imperialismo norte-americano, remetendo a idéia do Muro de Berlim. A situação se agrava em 1964, quando ocorre a morte de 21 estudantes panamenhos que tentavam içar a bandeira de seu país na Zona do Canal. Tal fato inicia uma mobilização popular. 

Em 1968, o general Omar Torrijos assume o poder no Panamá e inicia árduas negociações com os Estados Unidos para fazer vingar os seus projetos de reforma agrária e de recuperação da soberania sobre o canal. 

Por fim, inicia-se a década de 70 e as negociações precisam ser efetivadas, regulamentando a questão do canal o mais rápido possível. Algumas questões devem ser repensadas e profundamente analisadas. Os direitos de exploração da área do canal foram adquiridos pelos Estados Unidos, que construíram o Canal do Panamá. No entanto, tal intervenção ameaça a soberania panamenha sobre o seu território e sobre os seus recursos. A idéia da transferência do canal também fere o orgulho norte-americano, que possui objetivos de consolidar sua supremacia mundial, principalmente no cenário da Guerra Fria vigente, o que torna a área do canal ainda mais estratégica. 

O impasse fica ainda maior pois a repercussão do caso se alastra em nível internacional, despertando a opinião pública para a importância desse problema nas Américas. A questão ameaça a segurança continental, principalmente levando-se em consideração a área de neutralidade no canal e o contexto da década de 70. Sendo assim, a Organização dos Estados Americanos coloca o assunto em pauta nas suas discussões como forma de alcançar a resolução definitiva do problema. 

Em 1977, o tratado foi revisto passando o Panamá a controlar o canal desde de 31 de Dezembro de 1999. 

O Canal Do Panamá Hoje:

Eclusa de Miraflores

Eclusas de Gatun