3.1 Quadro geral do Mercosul: 
Exportações e importações do Brasil para os países do Mercosul 

País

Exportações

Importações

Argentina

2.700

1900

Uruguai

479

316

Paraguai

649

180

Em milhões de dólares (US$)
Fonte: Folha de S.Paulo – 18 de dezembro de 1994, caderno MERCOSUL 

Índices Gerais da economia dos países do Mercosul

Índices

Argentina

Brasil

Paraguai

Uruguai

PIB (US$ bi) 200,2 426,3 0,9 1,3
Desemprego (% – mês) 9,3 4,5 2,1 9,4
Inflação (% – mês) 0,3 2,47 0,9 3,5
Divida Externa (US$ bi) 67,5 121,1 1,7 5,2
Juros (% – mês) 0,9 4,7 1,3 5,6
Reservas Internacionais (US$ bi) 15,5 43,5 0,9 1,3

Fonte: Folha de S.Paulo – 18 de dezembro de 1994, caderno MERCOSUL

4 O MERCOSUL E A ALCA

4.1 O Que É 

A Área de Livre Comércio das Américas, ALCA, é uma idéia grandiosa que começou a ser elaborada há três anos. Através dela as barreiras comerciais entre os países que formam a América seriam derrubadas em breve. Produtos e serviços fluiriam pelo continente sem restrições e sem impostos, os preços internos cairiam e economias frágeis como a do Paraguai, teriam a oportunidade de sair da estagnação.

A Alca ainda não foi concretizada, ainda é um projeto previsto para 2005. No dia 16 de maio, houve em Belo Horizonte um conferência para decidir sobre os próximos passos deste acordo, a ALCA.

Este é um projeto grandioso, que se tornaria maior que a União Européia, quando concreto, gerando uma riqueza anual de 9 trilhões de dólares.

4.2 Conferência de Belo Horizonte

Na conferência da semana passada, em Belo Horizonte, representantes de 34 países das três Américas se reuniram com o intuito de discutir sobre o projeto como um todo, e acabaram defrontando-se com uma forte disputa entre o Brasil e os Estados Unidos, duas das economias mais fortes das Américas. Os Estados Unidos, que querem se sobressair no bloco e criar medidas protecionistas apenas à sua economia querem a abolição das tarifas alfandegárias já no ano que vem (1998). O Brasil não concordou com esta medida do tranco tarifário, pois a considera prejudicial para si e benéfica para os Estados Unidos.

A conseqüência imediata seria que os Estados Unidos inundariam o Brasil com seus produtos, isentos de impostos de importação, e que são melhores e mais baratos que os nacionais. Assim, como o Brasil coerentemente decidiu, isso seria prejudicial à economia nacional, realizando, assim, "um belo ato de protecionismo a industria nacional". Isto poderia produzir efeitos devastadores na indústria nacional e assim, no nível de emprego. Mesmo se o Brasil concordasse com os Estados Unidos, eles continuariam a dificultar a entrada em seu país de vários artigos brasileiros competitivos, pois além das tarifas alfandegárias, adotam inúmeras barreiras sobre os produtos brasileiros. Inúmeros produtos brasileiros sofrem restrições ou nem são aceitos, como a carne brasileira, que não é importada pelos E.U.A porque tem aftosa, segundo eles. Dentre muitos outros, esse é um truque usado para proteger o mercado americano. No conclave diplomático em Belo Horizonte, venceu a posição brasileira, avalizada pelos seus parceiros do Mercosul – Argentina, Uruguai e Paraguai.

Os países engajados no Mercosul querem tempo para estudar como seria um abraço com os Estados Unidos querem também um prazo mais longo para melhorar o que produzem de forma que a competição comercial venha a ser mais equilibrada no interior do bloco, eles querem, na verdade até o ano trabalhar para reduzir a burocracia, facilitar os negócios e acabar com as restrições não tarifárias às importações como cotas e exigências sanitárias só então, em 2003 se começará a discutir a extinção dos impostos .

"A pressa oferece riscos muito grandes e o Brasil, assim como os outros países do Mercosul quer se proteger" disse Roberto Teixeira da Costa, presidente da seção do brasileira do Conselho de Empresários da América latina. Os empresários brasileiros que compareceram à conferência trabalharam bem ao convencer o governo e os empresários argentinos de sua posição.