A POLARIZAÇÃO DO ESPAÇO NACIONAL

Metrópoles nacionais – São Paulo e Rio de Janeiro são as metrópoles nacionais brasileiras. A influência de ambas manifesta-se em todo o Território Nacional. Concentrando as sedes de empresas transnacionais e conglomerados financeiros, elas funcionam como nós de bifurcação dos sistemas de fluxos mais dinâmicos da era da revolução técnico-científica e da economia da informação.

São Paulo X Rio de Janeiro – Contudo há um desnível crescente na capacidade de polarização das metrópoles nacionais. A influência de São Paulo, que já era hegemônica, ganhou novo impulso com a aceleração dos fluxos associados à globalização e difunde-se intensamente por todas as regiões do País. A influência do Rio de Janeiro, que experimenta retração histórica, foi atingida negativamente pela privatização de empresas estatais que mantinham as suas sedes na antiga capital. Ao contrário de São Paulo, a polarização do Rio de Janeiro é menos intensa e geograficamente mais restrita.

Rede urbana – Na economia industrial, a rede urbana estava firmemente condicionada pela rede física de rodovias, ferrovias e hidrovias. Há poucas décadas, a influência das cidades brasileiras difundia-se, principalmente, através de arcos de transmissão formados pelas vias de transporte. Por isso, era mais ou menos fácil definir espaços geográficos contínuos sob a polarização predominante de cada centro urbano.

Fluxos de informação – A revolução da informação tornou mais complexas a hierarquia e a polarização. Atualmente, por meio das telecomunicações e da Internet, os centros locais relacionam-se intensa e diretamente com as principais metrópoles, utilizando os serviços e os bens distribuídos por instituições e empresas instaladas nos centros urbanos principais. Em conseqüência, embora a influência das capitais regionais não desapareça, passa a se combinar e a se sobrepor à das metrópoles. As capitais regionais conservam a sua capacidade de polarização nos sistemas de fluxos materiais, mas não nos sistemas de fluxos de informações.

Rede de informações – O papel cada vez mais decisivo dos fluxos informacionais, ou simbólicos, reduziu a importância da rede de transportes na polarização urbana. Ao mesmo tempo, intensificou-se a importância da rede de comunicações. Um produto dessas mudanças consiste no caráter descontínuo do espaço geográfico polarizado por cada centro urbano. Outro consiste na superposição espacial da influência de várias cidades.

A análise dos espaços polarizados pelas metrópoles regionais ilumina essas novas características da rede urbana.

Belo Horizonte – No Sudeste, destaca-se, como metrópole regional, a cidade de Belo Horizonte. No passado, a influência da capital administrativa mineira, criada para afirmar o poder econômico e político do Estado, foi bastante restringida pelo poder de polarização das duas metrópoles nacionais. Mais recentemente, Belo Horizonte consolidou a sua polarização em Minas Gerais e passou a concorrer com o Rio de Janeiro pela influência sobre o Espírito Santo. Além disso, tornou-se um pólo significativo para certas áreas da Bahia e da Amazônia.