Os piolhos são antigos companheiros nossos. E as infestações vêm atingindo o homem há milhares de anos em todas as partes do mundo. Foram encontrados em múmias egípcias de 3.000 anos a.C., em pentes da época de Cristo encontrados nos desertos de Israel e em múmias do Peru pré-colombiano. 

Depois das populações de piolhos diminuírem relativamente nos anos ’40, notou-se um aumento em todo o mundo a partir de meados dos anos ‘60

O piolho humano pode ser encontrado em qualquer região climática do mundo e infestar as pessoas de todas as raças, cor ou nível social. Nos países pobres as crianças são muito infestadas. Mas também em paises como os Estados Unidos e Israel, por exemplo, as infestações são também altas, atingindo entre 15 a 20% das crianças anualmente.
Os piolhos são “bichos” muito pequenos – um insecto, de tamanho mais ou menos igual à da cabeça de um fósforo. O piolho tem seis pernas curtas, adaptadas para agarrar o cabelo.

Os piolhos ficam agarrados ao cabelo, perto do couro cabeludo, onde encontram comida e aquecimento. São muito difíceis de encontrar porque têm a tendência de se esconder quando há uma mudança de cabelo, e também a cor deles é normalmente igual à cor do couro cabeludo.

Os piolhos põem seis a oito ovos por dia, que se colam aos cabelos dos indivíduos. Sete a dez dias depois de nascerem, deixam uma casca vazia, a que se dá o nome de “lêndea”. Estas têm cor pérola, e são mais fáceis de encontrar que os piolhos. Infelizmente as lêndeas são impossíveis de tirar quando penteamos o cabelo.

Os piolhos alimentam-se de sangue, estando a sua boca adaptada para picar o couro cabeludo. Durante cada picadela, injectam uma anestesia local, para prevenção de dores, e um anticoagulante para prevenir a coagulação do sangue, o que facilita a sua alimentação. Têm uma vida de 20 a 30 dias.

Os piolhos não podem saltar e, também, não morrem nas roupas das camas, nem nos móveis. A única maneira de se deslocarem é pelo contacto directo de cabeça a cabeça: um piolho pode visitar vários cabelos num só dia.

Quando uma criança tem piolhos, as pessoas em contacto com aquela criança também podem vir a ter.

Tipos de piolhos

Parasitando os animais, temos tipicamente nas aves os piolhos mastigadores (mastigam a base das penas) e nos mamíferos os piolhos sugadores de sangue.

Parasitando os seres humanos, existem basicamente três tipos de piolhos: 

1- Uma espécie que vive nos pelos pubianos, o ‘Chato’ (nome científico Phthirus pubis).
2- Uma espécie que vive nos cabelos, o Piolho Capilar (nome científico Pediculus capitis) e
3- Uma espécie que vive no corpo, o Piolho Corporal (nome científico Pediculus humanus).

OBSERVAÇÃO:

Existe ainda uma discussão entre os cientistas se na verdade esses dois últimos tipos de piolhos não seriam sub-espécies de uma mesma espécie, e então teríamos Pediculus humanus capitis na cabeça e Pediculus humanus humanus no corpo.

O Pediculus capitis vive agarrado aos fios de cabelos e ataca o couro cabeludo, passando principalmente de uma cabeça para a outra pelo contato direto. É o mais comum. Podem também infestar as pessoas pelo uso compartilhado de tiaras de cabelo, escovas e pentes, capacetes, bonés, etc…

O Pediculus humanus infesta o corpo. Vive agarrado à roupa e é mais comum nos paises frios. É mais freqüente nos casos em que os hábitos de higiene são precários.

Já o Phthirus pubis vive agarrado aos pêlos da região genital, atingindo portanto homens e mulheres a partir da puberdade. Podem ainda viver nos pelos da parte inferior do abdome, coxas e nádegas.