Os caracóis terrestres são moluscos pertencentes a Classe Gastropoda e subclasse Pulmonata. São mais de 20.000 espécies descritas, distribuídas tanto nas regiões tropicais, quanto nas temperadas de todo o mundo. Estes animais são também vulgarmente conhecidos por caramujos.

Os caracóis são hermafroditas, isto é, possuem os dois sexos no mesmo indivíduo. Eles ficam sexualmente maduros depois de vários meses, ou anos, dependendo da espécie e a cópula pode ocorrer várias vezes ao ano, sendo que a corte pode durar algumas horas. Depois de algumas semanas após a cópula, eles começam a postura dos ovos. Os ovos são pequenos, possuem uma casca calcárea e são depositados no solo. Após alguns dias ou semanas da postura, nascem pequenos caracóis, muito semelhantes aos adultos.

Os caracóis terrestres possuem dois pares de tentáculos e os olhos situam-se no topo do segundo par. As conchas variam muito de tamanho sendo que a espécie africana Achatina achatina chega a medir 27 cm de altura. Em contraposição existem espécies cujas conchas medem menos que 1 cm. 

É comum encontrarmos caracóis terrestres nos jardins, hortas e pomares, pois eles se alimentam de diversos tipos de plantas. As poucas espécies carnívoras alimentam-se de minhocas, ou de outros caracóis e lesmas. Os caracóis terrestres são encontrados em ambientes de solo úmido, não encharcado, e são difíceis de ser observados durante o dia, pois, 99% de suas atividades ocorrem durante a noite. Duas a três horas após o anoitecer os caracóis já podem ser observados em atividade. 

Algumas espécies de caracóis terrestres são comestíveis. Por meio de escavações arqueológicas, foram encontradas conchas de caracóis assadas, indicando que o homem utiliza estes animais como alimento desde a pré-história. Como exemplo de caracol comestível, cita-se o escargot (Helix aspersa ou Helix pomatia), prato ainda pouco divulgado nos restaurantes brasileiros, mas de moda na França. O caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), cujos adultos chegam a medir entre 15 e 20 cm de altura, 10 a 12 cm de comprimento e pesar cerca de 200 g, é apreciado em muitos países. No entanto, essa espécie, que foi introduzida em diversos países pelo próprio homem, tornou-se uma praga de diversas culturas, jardins e hortas. O caramujo-gigante-africano, em vida livre, transmite o verme Angistrongylus cantonensis, que causa a angistrongilíase meningoencefálica, doença que acomete o sistema nervoso central.