(660 – 583 a. C.)
Profeta e filósofo árabe nascido na região de Ragha, também dita Ragae ou Rai, peto de Teerã, na Pérsia, hoje no Irã, fundador do zoroastrismo, antigo sistema religioso-filosófico monoteísta que parte do postulado básico de uma contradição entre o bem e o mal, inerente a todos os elementos do universo, praticamente substituído pelo islamismo, e que deixou influência em religiões como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, como a fé em uma divindade suprema criadora e guia absoluta do universo e sua permanente luta contra o reino do mal e suas entidades demoníacas. De família nobre, sua origem étnica e cultural estava ligada ao povo ária, povo que se estabeleceu ao norte da península Indostânica e Planalto Persa, caracterizado por ter sido um povo nômade que por volta de um milênio e meio antes de Cristo sofreu um processo de sedentarização formando pequenos reinos nas regiões mencionadas. O Zoroastrismo nasceu da sua revelação em Sogdiana, no reino de Bactriana ou Karezmia, uma região que corresponde ao leste do Irã, Afeganistão e Turquemenistão. Tinha então cerca de 30 anos, sendo que desde os 14 vivia como místico, a partir de sete visões por ele contadas, que reformou a proto-religião conhecida como Mazdeísmo, religião dos adoradores de Mazda. Perseguido inicialmente pelos príncipes e sacerdotes, mas manteve-se firme em seus ensinamentos e dois anos depois, com ajuda de um primo recém convertido, conseguiu influenciar o Rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso seguidor de sua fé. Isto foi o início da verdadeira difusão dos seus ensinamentos e de uma grande reforma religiosa. Logo em seguida a corte real seguiu os passos do Rei e mais tarde o Zoroastriismo tornou-se a religião oficial da nação persa. Sua obra é conhecida através dos Gathas, textos arcaicos mencionados em textos contemporâneos conhecidos como Yashts, que contém vários elementos de religiões populares do antigo Irã. Todos estes textos fazem parte do Avesta tardio com grande influência dos magos que introduziram elementos do Zervanismo, divisão sectária do Zoroastrismo surgida na dinastia Sassânida e defensora da idéia do princípio superior ao mundo causa de tudo o que existe, e Mitraísmo, culto ao deus Mithra, divindade solar do povo ária associadA ao Zoroastrismo porém não mencionado nos Gathas. Conta a tradição que aos 77 anos de idade, foi martirizado por fanáticos sacerdotes da velha religião, integrantes das hordas tirânicas de Arjasp, enquanto se encontrava orando em frente ao fogo sagrado de um templo, em Bakhdi, também dita Bactrae, e por ocasião de uma guerra religiosa, provocada pelo rei dos infiéis, Argataspa. No reinado de Dario I (550-486 a. C.), redigiu-se o Avesta ou Zend-Avesta, o livro sagrado do Zoroastrismo, após a adoção como religião oficial pelos aquemênidas.