Rei francês (1814 – 1824) e conde de Provença nascido em Versailles, irmão mais jovem de Louis XVI e primeiro Bourbon a reinar na França depois da revolução (1789). Após a revolução fugiu (1791) e, no exílio, assumiu posições contra-revolucionárias. Com a morte na guilhotina dos reis franceses (1793), tomou a regência em nome do sobrinho Luís XVII e com a morte dele (1795), adotou o nome de Luís XVIII. Participou da contra-revolução, comandando do estrangeiro a invasão de tropas à França. 

Com a queda de Napoleão (1814), entrou triunfalmente em Paris, foi declarado rei e jurou uma constituição que previa um poder executivo nas mãos da monarquia, um parlamento bicameral, tolerância religiosa e direitos civis, mas teve de aceitar o Tratado de Paris em que as fronteiras da França voltavam a ser as do período da Revolução (1792). Seu reinado foi interrompido por Napoleão (1815), exilado novamente durante os cem dias da restauração napoleônica, retornou ao poder após a derrota do ditador em Waterloo (1815). 

A partir de então, os monarquistas ultra-realistas passam a conduzir a política interna do país, perseguindo os partidários da Revolução e os bonapartistas. Seu reinado representou o primeiro período de normalidade parlamentar após a revolução, embora tenha tido muitos problemas no enfrentamento com as facções monárquicas extremistas, contrárias ao liberalismo. Politicamente aceitou ser monarca constitucional e introduziu e se esforçou para aplicar o sistema parlamentar a um país profundamente dividido pelas lutas políticas. 

Em seu governo ocorrem muitas lutas entre os liberais e os ultra-realistas comandados por seu irmão, o conde de Artois, futuro Carlos X, que procurava restaurar o Antigo Regime. Morreu em Paris, foi enterrado na Basilique de Saint-Denis e, como não tinha filhos, foi sucedido pelo irmão, coroado como Carlos X.