Poeta humanista e estudioso italiano nascido em Arezzo, na Toscana, Itália, cujas obras juntamente com as de um outro poeta contemporâneo e seu compatriota, Bocácio, provocaram o advento da Renascença. Filho de um tabelião, começou a estudar em Avignon, na Provença, onde o papado se chegou (1309).

Por orientação dos pais, cursou direito nas universidades de Montpellier e Bolonha, mas abandonou o curso, para se tornar clérigo. Ao receber ordens menores (1326), passou a contar com a proteção do cardeal Giovanni Colonna e em Arezzo, no ano seguinte, conheceu a aristocrata Laura de Noves, em Avignon (1327), casada (1325) com Hugo de Sade, que o inspirou com uma paixão platônica que se tornou proverbial por sua constância e pureza, o famoso Canzoniere, com 317 poesias com 227 sonetos, e a quem dedicou os melhores poemas.

Como a fama crescente, foi coroado o poeta laureado em Roma (1341). Depois de viagens a Paris, onde ganhou um exemplar das Confissões de santo Agostinho, e a Roma, onde se decepcionou com a pouca espiritualidade da igreja na época, voltou para Avignon e, procurou um refúgio alpino no Vaucluse (1337), onde descobriu a emoção das belezas naturais, uma das bases da poesia lírica e do humanismo renascentista. Depois de uma crise moral e espiritual (1343-1346), cada vez mais dividido entre Deus e os homens (1344), o poeta viveu intermitentemente na península italiana e na Provença. Terminou, nesse período, seu De viris illustribus, coleção de biografias dos heróis da história romana, e escreveu De vita solitaria (1346).

Depois da morte de Laura, por peste negra (1348), voltou ao refúgio de Vaucluse, reorganizou suas Rime, dividindo os poemas em in vita di Laura e in morte di Laura e iniciou a composição das Metricae (1350). Partiu de Avignon (1353) e morou o resto da vida na Itália. Morou em Milão (1353-1361), fugindo da peste (1361) para Pádua, depois foi para Veneza e voltando à Pádua (1367), onde viveu os últimos anos entre a cidade e uma pequena casa de campo em Arquà. Ali recebeu a visita de alguns grandes amigos, entre os quais Boccaccio. O mais antigo dos grandes humanistas do Renascimento, ele escreveu amplamente e sua obra foi de profunda influência em muitos autores, especialmente Chaucer.