Autor, pintor retratista e artista plástico brasileiro nascido em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, que como artista, deixou inúmeros trabalhos em pintura, arquitetura e escultura, principalmente retratos dos Imperadores Pedro I e Pedro II, e de figuras ligadas ao Governo Imperial. Filho do comerciante de fazendas e trigo, Francisco José de Araújo e de Francisca Antônia Viana, com cinco anos perdeu o pai, e a mãe casou com outro negociante, que lhe proporcionou estudos na Capital de seu Estado. 

Em plena Campanha Cisplatina (1827), convenceu sua progenitora, novamente viúva, a viajar para o Rio de Janeiro, a fim de seguir estudos com Debret, por cujos retratos ficara fascinado. Com 21 anos, chegou ao Rio de Janeiro, com o sobrenome já acrescido do topônimo Porto Alegre, e inscreveu-se nas aulas de seu mestre.

Além disso, freqüentou cursos de Filosofia, Anatomia e Fisiologia, e escreveu seu primeiro trabalho, no campo poético: Ode sáfica, dedicada a Debret e publicada no Catálogo da Exposição (1830). Pintou um painel (1830) reproduzindo D. Pedro I ao entregar o decreto da reforma da Academia de Medicina ao corpo médico. No ano seguinte, seguiu Debret à França onde estudou pintura e arquitetura. Na capital parisiense, conheceu o poeta Gonçalves de Magalhães, adido à legação brasileira, de quem se tornou grande amigo e companheiro em viagem à Itália, e Sales Torres Homem, outro adido à referida legação. 

Chegando a Paris, foi convidado por Mr. Michaud, Presidente do Instituto Histórico, para ler uma memória em que comparasse a arte antiga com a moderna, no congresso da associação, do que resultou o estudo État des Beaux Arts au Brésil, publicado no Journal de l’Institute Historique (1832), juntamente com os trabalhos de Torres Homem e Gonçalves de Magalhães.

Retornou ao Brasil (1837) e passou a exercer atividades na Academia de Belas Artes, no Colégio Pedro II, no Paço Imperial e no Museu Imperial. Atuou ainda como vereador suplente (1852) e Diretor da Academia de Belas Artes (1854-1859). Lançou no Rio de Janeiro (1855), juntamente com um grupo de literatos, sob a direção de Joaquim Manuel de Macedo e Gonçalves Dias, a Guanabara, revista mensal, artística, científica e literária. Foi nomeado Cônsul do Brasil em Berlim (1859) e, mais tarde, Cônsul em Lisboa (1867), cidade onde veio a falecer, com o título de Barão de Santo Ângelo, concedido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1874).

Como arquiteto e escultor participou de construções e projetos de edifícios como o Arquivo Nacional, a Alfândega do Rio de Janeiro e a Capela do Paço Imperial. Na escultura, O pé esquerdo de Laocoonte foi seu trabalho mais importante, tendo sido premiado na Exposição (1830). Em sua produção literária também destacaram-se Brasilianas, que publicou em Dresden (1863) e a Epopéia Colombo (1866), um texto com mais de vinte mil versos, publicado no Rio de Janeiro, e que o tornou mais conhecido.