Matemático algebrista francês nascido em Fontenay-le-Comte, que defendeu o uso das frações decimais em lugar das sexagesimais em Canon-mathematicus (1579), aperfeiçoou as notações algébricas e introduziu métodos gráficos e a trigonometria para a solução de equações, no seu Isagoge (1591). Formou-se em leis e gozou dos favores das cortes de Carlos IX, Henrique III, e Henrique IV. Embora profissional como advogado e essencialmente um administrador público, tornou-se a mais importante figura da matemática do século XVI e também produziu trabalhos nos campos da geografia e da astronomia.

Usando a matemática como lazer, seu primeiro grande trabalho no assunto foi Canon mathematicus (1571), que devia servir de introdução trigonométrica a seu Harmonicon coeleste, o qual nunca foi publicado. Mesmo tendo muitos clientes protestantes huguenotes, não renunciou a sua fé católica. Essas relações com os huguenotes causaram-lhe dificuldades e terminou sendo injustamente banido da corte (1584). Reintegrado (1589) na corte de Henrique III, em Tours, tornou-se membro do parlamento da Bretanha e depois conselheiro dos reis Henrique III e seu sucessor Henrique IV.

Durante a guerra com a Espanha, trabalhou decodificando as cartas interceptadas. Também envolveu-se na disputa sobre a reforma do calendário e começou (1592) sua disputa com Joseph Justus Scaliger (1540-1609), estudioso de calendários antigos e pesquisador de cronologias históricas, em Leyden, e rejeitou idéias do monge e matemático Christopher Clavius (1538-1612), as quais nunca aceitou. Morreu em Paris e seus trabalhos matemáticos foram relacionados proximamente à sua cosmologia e trabalhos na astronomia e foi o pioneiro no emprego de vogais como incógnitas na álgebra.