Filósofo grego de Alexandria nascido provavelmente na Judéia, considerado o maior representante judaica dos primórdios da filosofia neoplatônica e que entrou para a história por ter tentado a fusão da filosofia grega e a teologia mosaica, criando a filosofia mosaica. Como viveu no tempo em que atuava Jesus Cristo (4 a. C. – 30 d. C.), não demorou o contato dos cristãos, com este filósofo, do qual possivelmente assimilaram algumas de suas idéias para desenvolvimento de uma nova teologia.

Escreveu numerosas obras entre as quais destacou-se Comentário alegórico do Pentateuco, uma série de tratados sobre episódios bíblicos. Conservaram-se vários dos seus escritos e para alguns historiadores é considerado o precursor dos padres, ou seja, que do ponto de vista do seu pensamento em geral, desenvolveu-se no mundo cristão a era dos grandes padres, a Patrística. Suas interpretações foram seguidas pela escola cristã de Alexandria, especialmente pelos cristãos Orígenes (185-253) e Eusébio de Cesaréia.

Assim, a partir de seus registros, o embasamento racional de sua teologia levou à formulação de uma das teorias do pensamento tipicamente neoplatônico: a Trindade das pessoas divinas. Ou seja, ao mesmo tempo que nascia na Judéia o cristianismo, como um movimento de crenças singelas, já se formava em Alexandria o embasamento racional de sua teologia trinitária que haveria de encontrar três séculos depois uma formulação mais coerente para a concepção de Deus com pluralidade de pessoas. Provavelmente morreu também em sua terra natal.