Jurista, escritor e parlamentar inglês nascido em Mileham, Norfolk, notabilizado pela defesa do princípio da supremacia da lei comum diante das prerrogativas do rei o que diminuiu o poder da realeza na Inglaterra e teve profundas conseqüências no desenvolvimento da legislação e da constituição britânicas. Estudou na Norwich Grammar School e no Trinity College, Cambridge, tornou-se membro do Parliament por Aldeburgh (1589) e foi nomeado advogado-geral de Londres: Solicitor General (1592), Reader of the Inner Temple (1592), Recorder of London (1592) e Attorney General (1593). Um ano mais tarde foi eleito presidente da Câmara dos Comuns. Indicado porta-voz da House of Commons (1593), derrotou Francis Bacon na disputa pelo posto de procurador-geral de Londres (1594).

Como procurador-geral, conduziu com extrema dureza as acusações contra os condes de Essex e Southampton, Sir Walter Raleigh e os membros da Conspiração da Pólvora (1605). Nomeado Chief Justice Common Pleas (1606), ou seja, presidente do tribunal civil, notabilizou-se pela firmeza na defesa do judiciário e a absoluta incorruptibilidade. Com o intuito de "flexibilizá-lo" James I a nomeou-o (1613), presidente do Tribunal Superior de Justiça, ou seja, Chief Justice King’s Bench, o Lord Chief Justice of England.

Sua firmeza lhe custou (1621), nove meses de prisão na torre de Londres. Escreveu, entre outros trabalhos, Institutes of the Law of England (1628-1644), primeira tentativa de consolidação do direito comum, em vários volumes e reedições, e Petition of Right (1628). Cavleiro do rei (1603) desde James I, morreu em Stoke Pegos, Buckinghamshire, Inglaterra.