Economista inglês nascido em Londres, criador da teoria da lei de ferro dos salários. Terceiro filho de um judeu holandês que fez fortuna na bolsa de valores, trabalhou com o pai desde os 14 anos, demonstrando grande aptidão para o comércio. Aos 21 anos rompeu religiosamente com a família, convertendo-se ao cristianismo, mais precisamente ao protestantismo unitarista, e casando-se com uma quacre. Prosseguiu suas atividades na bolsa e ganhou dinheiro e prestígio profissional nas atividades de investimento. Passou, então, a se dedicar à literatura e à ciência, especialmente matemática, química e geologia e, sob a influência da leitura casual das obras do compatriota Adam Smith, passou a estudar detalhadamente as questões monetárias. 

Em seu primeiro trabalho The High Price of Bullion, a Proof of the Depreciation of Bank Notes (1810), pregava a limitação na emissão de moeda como medida preventiva para o combate à inflação. Sua teoria foi aceita por um comitê indicado pela Câmara dos Comuns, o que lhe deu grande prestígio. Aposentado de suas atividades profossionais (1814), refugiou-se em suas propriedades rurais em Gloucestershire e, ali, escreveu e publicou sua obra capital, Principles of Political Economy and Taxation (1817), onde expôs suas principais idéias econômicas, até certo ponto polêmicas, pois politicamente, elas favoreceriam a burguesia industrial contra a classe ruralista. Entrou para o Parlamento (1819), onde sua grande reputação como economista fez com que suas opiniões sobre o livre comércio fossem recebidas com respeito, embora não representassem ainda o pensamento dominante na Câmara.

Morreu em Gatcomb Park, Gloucestershire, e foi o pioneiro na exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisou os aspectos mais significativos do sistema capitalista de produção. Em oposição ao mercantilismo, formulou um sistema de livre comércio e produção de bens que permitiria a cada país se especializar na fabricação dos produtos nos quais tivesse vantagem comparativa, também chamado de sistema de custos comparativos. Nas suas doutrinas de livre mercado opôs-se aos aumentos do ganho real dos trabalhadores porque isso se revelaria inútil, tendo em vista que os salários permaneceriam, forçosamente, próximos ao nível de subsistência.