Poeta italiano nascido na cidade de Florença, autor de A Divina comédia, uma das obras poéticas fundamentais da literatura mundial, escrita em latim, considerada a primeira obra da literatura italiana, onde relata uma viagem imaginária pelo inferno, purgatório e paraíso, uma alegoria do percurso do homem em busca de si mesmo. De uma importante família burguesa do partido político dos guelfos, ficou órfão de mãe ainda cedo e fez estudos humanísticos que abrangeram a filosofia, a teologia e os clássicos latinos. O ambiente existente em Florença na época acentuou sua natural inclinação para as letras. Foi amigo de numerosos poetas e de pintores, como Giotto. Entre seus mestres destacaram-se Brunetto Latini (que aparece na Comédia) e Guido Cavalcanti. Casou-se com Gemma Donati (1285), porém o grande amor platônico de sua vida foi Beatrice Portinari, que tinha apenas 12 anos quando a viu pela primeira vez.

Com a precoce morte da jovem (1290), refugiou-se no estudo, entregando-se à leitura de autores cristãos e clássicos como Boécio, santo Agostinho, são Tomás de Aquino, Aristóteles, Ovídio e Lucano, atravessando um período de amadurecimento que o levou a várias mudanças em sua produção artística. Por problemas estritamente políticos, foi acusado de improbidade administrativa e condenado a pagar uma multa de cinco mil florins, a permanecer confinado dois anos e proibido de exercer cargos públicos para o resto da vida (1303). Como negou-se a pagar a multa ou a se justificar, foi condenado à morte, iniciando sua longa vida de exílio. De Siena partiu para Verona e depois em Bolonha (1304-1306).

Com a expulsão dos exilados dessa cidade, iniciou nova peregrinação por terras italianas e sem conseguir a anistia de seus compatriotas florentinos, terminou seus dias em Ravenna, vitimado pela malária contraída nos pântanos de Veneza. Além da sua obra prima, a Divina comédia (1308-1320), escreveu também outras de grade qualidade como La vita nuova (1283-1292) coletânea da juventude, reuniu, além de 31 poemas líricos dedicados a Beatrice Portinari, Il convivio (1304-1307) e De vulgari eloquentia (1305-1306). Em Sobre a língua do povo, escrita em latim para os eruditos da época, defendia o uso do italiano nas obras poéticas. Dante, na realidade é a abreviatura de Durante, seu verdadeiro prenome.