2. Fatores das Cruzadas 

A partir do século XI começa a surgir a crise do sistema feudal, que foi sentida principalmente na Europa. Ocorreu um grande crescimento demográfico devido a cessação das invasões vikings, árabes, eslavas e magiares, e essa nova demanda populacional afetou negativamente o feudo, que até o momento possuía uma economia de subsistência. A produção tornou-se insuficiente, pois o consumo era cada vez maior, e com isso muitos habitantes do feudo abandonaram a sua terra. 

Os nobres sem terras agora eram cavaleiros errantes que prestavam seus serviços aos reis, aos grandes senhores e para as cidades. Os servos ou vilões passaram a trabalhar como artesãos ou vendedores ambulantes, e outros se tornaram mendigos, andarilhos e salteadores de estradas. 

Durante este período, o Império (Sacro Império Romano-Germânico) e o Papado entravam numa disputa, pois as duas entidades queriam determinar a seu poder sobre o mundo cristão. O primeiro como poder temporal e o segundo como poder espiritual. Assim, os papas tentaram fortalecer sua supremacia encarregando-se do patrocínio das Cruzadas, que também contou com a participação dos imperadores, porém a presença da Igreja no patrocínio das expedições foi predominante. 

As Cruzadas estavam relacionadas com fatores sociais, econômicos e políticos, porém os fatores religiosos não podem ser desconsiderados, pois nesta época a religiosidade predominava com bastante intensidade e contribuiu para a execução das Cruzadas.